terça-feira, 20 de setembro de 2011

Dorme-se pouco e mal

equipa do PES, bem como, a generalidade dos profissionais de educação e de saúde, tem plena consciência dos maus hábitos de sono de uma "larga franja" da população, que se estende também à população escolar, nomeadamente, a crianças e jovens. As consequências físicas e psicológicas de dormir pouco são sobejamente conhecidas, mas continuam a ser consideradas, erradamente, um problema menor.

Recentemente, o jornal público  divulgou os resultados de um estudo nacional sobre os hábitos de sono das crianças e adolescentes e implicações associadas, que o PES publica na íntegra neste espaço.

Artigo do público:

«Inquéritos realizados em várias escolas portuguesas comprovam taxas de sonolência excessiva em mais de 50 por cento dos estudantes, o que contribui para várias doenças e para o insucesso escolar.

Dorme-se pouco, porque se tem problemas e tem-se problemas, porque se dorme pouco. Um ciclo vicioso que é necessário interromper em nome de uma vida mais saudável, defendem a médica neurologista Teresa Paiva e a professora universitária de Psicologia Helena Rebelo Pinto.
Cada vez há mais gente que as procura nos seus consultórios com queixas de perturbações do sono, um problema que atinge uma população cada vez mais jovem. Um grande número de crianças e de adolescentes portugueses só dorme metade do que precisa, revelam os inquéritos que Teresa Paiva e Helena Rebelo Pinto realizaram recentemente em escolas de Lisboa e de Soure. "Estudos recentes comprovam taxas de sonolência excessiva em mais de 50 por cento dos estudantes, o que tem um impacto evidentemente negativo no sucesso escolar", diz a neurologista.Especialmente em época de férias é comum encontrar jovens que adoptam uma rotina de sono trocada em relação ao dia e à noite. Saem e divertem-se até de madrugada, deitam-se de manhã, dormem até meio da tarde e "acordam" já de noite para voltarem a deitar-se de madrugada. Mesmo em tempo de aulas, embora reduzam este ritmo, a tendência para deitar tarde e levantar cedo e portanto dormir pouco mantém-se entre grande número de crianças e de jovens portugueses. Uma prática que pode ser "altamente prejudicial", alerta Teresa Paiva. "As crianças que dormem menos do que precisam têm um risco aumentado de hipertensão arterial, de diabetes, de insucesso escolar, de depressão e de insónia", explica, chamando a atenção para a gravidade da situação, já que se trata de "doenças crónicas que são problemas para toda a vida". Dormir menos do que se precisa "afecta ainda a aquisição de conhecimentos abstractos" e traduz-se no insucesso escolar e nas dificuldades em relação à aprendizagem da Matemática, o que já se tornou num "problema nacional". Mesmo que os jovens que trocam o dia pela noite acabem por dormir o mesmo número de horas, esse sono "não tem qualidade", afirma a médica. "Dormem fora da fase do sono, portanto o sono nunca tem tanta qualidade e sabe-se que, para além da depressão e da obesidade, o dormir assim tem um risco aumentado de cancro". Está provado como a luz "tem importância para a saúde", nota Teresa Paiva. E, explicando o benefício de dormir de noite, lembra que "as primeiras células que existiram aprenderam a multiplicar-se de noite e não de dia" e que "são as hormonas [muitas das quais são produzidas exclusivamente quando estamos a dormir] que facilitam a divisão celular". Também é de noite que "há mais interacções entre os neurónios nas várias fases do sono". "Não somos nem ratos nem morcegos, não somos feitos para andar a dormir de dia", nota a neurologista, referindo que "temos relógios no organismo" e que "tudo se passa de forma muito padronizada, tanto durante a noite, como durante o dia relativamente aos horários alimentares e às produções hormonais". O grande problema é que muitos adolescentes com estes hábitos recusam mudar. "Quando lhes fazemos uma proposta diferente, não querem, porque todo o seu esquema de relações sociais está montado para a noite e de outra forma perdem o círculo social que conhecem", explica aquela médica.




1 comentário:

  1. Considero muito importante dormir bem e de noite. Quem dorme mal pode procurar ter hábitos saudáveis e horários certos para o organismo não sofrer e assim se ír habituando ao ritmo equilibrado. É conveniente depois das 21h, falar baixo, diminuir o volume da televisão, beber um bebida quente, ler... e assim se vai "amolecendo" e o sono chega. Experimentem!!!

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